AZUL
Acariciado por madressilvas no lugar
das rédeas, o cavalo azul encontrou
par. E em cópula atravessou a noite.
Que se fizera fértil.
Chegando das selvas de junco,
o deus de anil repousa do coito
ininterrupto. E em campo de feno
ganha forças de recomeço.
Plumas de pavão envolvendo-lhe
o corpo. Atravessando rios, ele contempla
a sede, para galopar dia e noite.
Patas azuis. Olhos de andorinha
cavalgando hortênsias. Ele veio do mar.
Às origens retornará. AZUL.
(Miriam de Carvalho)
Estava à procura de algo que pudesse transcrever o dia de sexta-feira e fiz uma busca na internet "cavalo azul" na verdade queria encontrar uma imagem e depois escrever algo, depois de abrir algumas páginas descubro este poema com alguma carga mais... intima diria eu... e que na verdade me parecia um bom tributo ao referido dia... ao teu cavalo azul...
Beijos de saudades...
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